Covid-19: o que já se sabe sobre a subvariante Arcturus e suas implicações para crianças e gestantes

Sara Winchester
Sara Winchester
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Uma nova subvariante da ômicron está circulando pelo mundo e tem deixado os profissionais de saúde em alerta. Conhecida popularmente como Arcturus, a XBB.1.16 já foi confirmada no Brasil. Até o momento, os pesquisadores sabem que essa nova linhagem é mais transmissível. No entanto, ainda não há evidências de que ela provoque quadros mais graves, inclusive em grupos de crianças e gestantes.

A Arcturus foi identificada pela primeira vez na Índia, em janeiro de 2023, e já se espalhou pelo mundo, estando presente em 34 países, informou o portal acadêmicoThe Conversation. Atualmente, a subvariante ainda é dominante na Índia, onde representou 61% das sequências globais da XBB.1.16 em meados de abril. Diante desse cenário, o país vem enfrentando um alto número de infecções pelo coronavírus, com mais de 10 mil casos da covid-19 registrados por dia e a XBB.1.16 representando cerca de dois terços de todas as ocorrências da doença.

Com o crescimento dos casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Arcturus como uma variante de interesse. Mas será que essa nova subvariante é preocupante? Confira!

O que é a XBB.1.16?
A XBB.1.16 é descendente da XBB, uma cepa da ômicron, que demonstrou ter maior transmissibilidade em relação às variantes anteriores do coronavírus. Segundo Renato Kfouri, pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Arcturus acabou ganhando mais protagonismo devido às suas mutações, que aparentemente lhe conferem a capacidade de escapar da imunidade existente a partir da vacinação e infecções anteriores. O especialista reforça, no entanto, que não há evidências de que essa linhagem provoque quadros mais graves.

Sintomas
A covid-19 apresenta sintomas típicos já bem conhecidos, como a febre, tosse, coriza e perda do paladar e do olfato. No entanto, os médicos indianos relataram que a subvariante Arcturus também pode estar relacionada a um quadro de conjuntivite, especialmente em crianças.

Vale lembrar que a conjuntivite trata-se de uma inflamação da conjuntiva, membrana que reveste o globo ocular e a parte interna das pálpebras. Em 90% dos casos, é provocada por uma infecção viral, mas também pode ter origem bacteriana. Além de inchaço e coceira, há outros sintomas bem característicos, como a secreção (esbranquiçada na conjuntivite viral), a vermelhidão e a sensação de “areia nos olhos”. A criança também pode reclamar de visão borrada e intolerância à luz. Com frequência menor, ocorrem febre, dor nas articulações e na garganta.

Embora a conjuntivite tenha sido reportada pelos profissionais indianos como uma consequência da infecção pela subvariante Arcturus, Kfouri destaca que os sintomas nem sempre são os mesmos em todas as populações.

Como se proteger?
Segundo o infectologista, ter a carteirinha de vacinação em dia contra a covid-19 ainda é a melhor estratégia para enfrentar os surgimento de novas variantes, sendo a vacina bivalente a melhor opção para se proteger contra as linhagens da ômicron.

Além da imunização, vale reforçar que os grupos de risco, como gestantes, puérperas e portadores de doenças crônicas, devem sempre redobrar os cuidados, usando máscara em locais com muita aglomeração.

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