Saúde faz homenagem a profissionais pelo Dia do Médico

Sara Winchester
Sara Winchester
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Nesta quarta-feira (18), é celebrado o Dia do Médico, profissional de grande importância para toda a sociedade e que, ao atuar com equipes multiprofissionais, contribuem para garantir mais acesso e qualidade à saúde para a vida de milhões de pessoas.

A importância desta data remete ao reconhecimento destes profissionais tão fundamentais no processo de cuidado, tanto físico quanto mental e social.

Por isso, a Secretaria da Saúde (Sesa) investe na formação em serviço destes profissionais como estratégia de desenvolver competências e habilidades necessárias para responder os desafios contemporâneos da saúde, de forma que fiquem cada vez mais próximos da população do Estado, com atendimento humanizado permanente.

Essas formações acontecem por meio de programas e projetos desenvolvidos pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi). E como forma de homenagem este grupo, o ICEPi convidou médicos de cada regional de saúde para falar um pouco de suas ações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba. Confira:

Atuação como docente-assistencial

Médica de Família e Comunidade, Suelen Florindo está no Componente de Provimento e Fixação de Profissionais do ICEPi como docente assistencial, desde 2019. O campo de trabalho da profissional na Região Sul abrange oito municípios: Atílio Vivácqua, Cachoeiro de Itapemirim, Muqui, Mimoso do Sul, Alegre, Guaçuí, Dores do Rio Preto e Divino de São Lourenço. Nesses locais, atuam 19 médicos em formação em serviço, que, juntos, somam em torno de dez mil atendimentos mensais.

Todos eles são supervisionados por Suelen. “Para mim, é muito proveitoso estar como docente, o que me permite conhecer a Atenção Primária de forma ainda mais ampla. Além disso, tenho a oportunidade de fazer a conexão entre os profissionais da ponta e os gestores, auxiliando na identificação entre eles, para que o serviço possa, de fato, ganhar toda essa qualificação”, frisou a médica.

Suelen Florindo também ressalta que ser médica de Família e Comunidade contribui para que ela compartilhe, com os profissionais do Provimento, os conhecimentos adquiridos durante a residência. “Isso colabora tanto para o amadurecimento deles quanto para o meu. É um programa que me traz crescimento profissional e pessoal”, acrescentou.

Médico de regulação interna no HRAS

Atuando há quase uma década no Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares (HRAS), localizado no município de São Mateus, o médico Kaio Dantas está desde 2017 na regulação de vagas da unidade e, há um ano, compõe o Núcleo Interno de Regulação (NIR), projeto do ICEPi que otimiza o acesso aos leitos hospitalares.

O médico conta que a rotina de trabalho do Núcleo é intensa. Além de Dantas, trabalham no NIR do HRAS mais dois médicos e um coordenador. Juntos, eles garantem uma alta taxa de confirmação de leito na unidade: no mês de agosto, 83,4% dos pedidos foram respondidos em até duas horas. Em 2019, antes da implementação dos núcleos nos hospitais estaduais pelo ICEPi, a taxa estadual de confirmação de leito era de 40%.

“O ICEPi organizou os processos de trabalho com a estruturação da equipe e a integração com a rede estadual. Percebemos a melhoria no giro de leito, no intervalo de tempo de substituição de pacientes e diminuição no cancelamento de cirurgias. Isso agregou no processo como um todo e me fez crescer como profissional, de como a gente pode melhorar a qualidade do serviço e o acesso dos pacientes”, destacou Kaio Dantas.

Residente em Saúde da Família

Neidisson Luiz Estrella é residente do Programa de Residência Médica do Programa de Saúde da Família e Comunidade do ICEPi. Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ele viu na residência uma possibilidade de continuar a formação e atuar profissionalmente na cidade natal, Colatina.

A unidade onde Neidisson Estrella trabalha, no bairro Vicente Soella, está em fase de homologação para se tornar referência em saúde da família. Além dele, atuam no local o médico preceptor da residência, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem. “O atendimento é muito gratificante. Eu gosto dessa diversidade de coisas, de passar pelo atendimento da gestante, criança e idoso”, contou o residente.

“Os tutores nos ajudam muito com as discussões dos casos e, para o meu aprendizado, é muito importante”, salientou Estrella.

Consultório na Rua

Médica do projeto Consultório na Rua, em Vila Velha, Sofia Gomes está realizando o Aperfeiçoamento em Atenção Primária, com Ênfase em Consultório na Rua, do Instituto. A profissional afirma que sempre desejou estar mais perto das pessoas em situação de rua e poder cuidar delas, por ser um público mais vulnerável.

“Como médica, é uma grande responsabilidade que temos no exercício da profissão, porque sabemos que muitas pessoas ainda são excluídas do acesso à grande parte da Saúde”, explicou Sofia Gomes. Ela participa do Provimento, que integra o Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS). Os profissionais aprendem, em suas atividades práticas, teóricas e teóricas-práticas, modos de garantir acesso com equidade a essa população historicamente invisibilizada, além de debater temas como processos de trabalho, organizações de fluxo e gerenciamento do cuidado.

“É uma experiência completamente diferente de uma experiência hospitalar ou de uma unidade de saúde. Há partes ruins, mas também é uma grande alegria quando nós percebemos que um vínculo foi criado com algum deles. É um reconhecimento de quem nós somos”, ressaltou Sofia Gomes.

Atendimento multiprofissional

Integrante de uma Equipe Multiprofissional do Provimento, programa do ICEPi, no município de Barra de São Francisco, a médica Aline Simões saiu de Minas Gerais há um ano e cinco meses para fazer parte do projeto no Espírito Santo. De acordo com a profissional, depois de trabalhar com o grupo, ela disse que não consegue mais imaginar uma atuação isolada e também completou que o impacto do projeto nos usuários é visível.

“Em um dos casos, inclusive, um deles me relatou que não tinha vontade de viver, só de ficar triste e chorando. Não tomava as medicações que outros profissionais já tinham prescrito e não sabia explicar o que estava acontecendo. Esse usuário foi acolhido pela nossa equipe e, no retorno, já estava tomando a medicação. Além de pedir nova receita, o estado emocional dele já era outro”, comentou Aline Simões.

A médica contou ainda que o projeto proporciona muitos exemplos reais, que motivam toda a equipe a continuar no caminho do atendimento integral e multiprofissional. “No meu Estado não temos um programa como esse, o que é triste, porque quando comento com as pessoas de lá, elas ficam encantadas”, frisou.

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