CRM investigará médicos que debocharam da internação de Marina Silva por covid

Sara Winchester
Sara Winchester
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O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) determinou abertura de uma sindicância para investigar a conduta ética dos três médicos que zombaram da internação da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, por ter sido diagnosticada com covid-19. Em um grupo de WhatsApp, intitulado “Médicos Unidos”, além de um dos profissionais de saúde ter comentado “que os vírus da covid estejam bem”, também duvidaram da eficácia da vacina contra o novo coronavírus. Os prints dos deboches vazaram no sábado.

Segundo o CRM-AC, a apuração contra os três médicos seguirá as normas e critérios estabelecidos pelo Código de Ética. Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) reforçou, em nota enviada ao Correio, que o respeito ao Código de Ética Médica é fundamental ao exercício da profissão. Além disso, afirmou que “promove, por meio de seus canais de comunicação, uma campanha permanente, com o objetivo de divulgar entre os médicos o conteúdo desse Código”.

“Se o denunciado é condenado, ele fica sujeito a penalidades previstas em lei, que vão da advertência à cassação do registro profissional”, salienta o CFM

Após a repercussão da zombaria com a saúde da ministra, a médica ginecologista Grace Mônica Alvim Coelho, uma das envolvidas no caso, tentou se justificar. Afirmou que a publicação que fez não tinha relação direta com Marina Silva e reiterou, ao comentar sobre a vacina, que os imunizantes não impedem novas infecções.

Alta da internação

Marina recebeu alta ontem, às 9h30, depois de quatro dias internada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). Apesar da liberação, ela deve permanecer em repouso e só retomar as atividades na próxima semana.

O boletim médico frisou que como a ministra tem o esquema vacinal completo contra a covid-19, isso “contribuiu para que o quadro de saúde fosse controlado.” Ela tem um histórico de saúde delicado: teve malária cinco vezes — a doença ataca principalmente o fígado e é endêmica na Região Norte —, isso faz com que seu sistema imunológico seja mais comprometido. Além disso, Marina contraiu hepatite e leishmaniose, o que potencializa as complicações quando associadas a outras doenças.

Somente este ano, foi a segunda internação de Marina. Em março, ela também precisou de internação em decorrência de uma gripe. (Com Isabel Dourado, estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi)

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