Alagoas ganha primeiro hospital do coração público

Sara Winchester
Sara Winchester
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O Hospital do Coração Alagoano Prof. Adib Jatene foi inaugurado na sexta-feira (2), ao lado do Hospital Metropolitano, no bairro Cidade Universitária, na parte alta da capital, tornando Alagoas o terceiro estado do país com hospital público destinado exclusivamente ao tratamento de pacientes com problemas cardíacos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O equipamento conta com quatro pavimentos e oferece 52 leitos destinados exclusivamente ao atendimento de pacientes cardiopatas. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade possui 14 leitos, sendo 10 para pacientes adultos e quatro para crianças. Já a enfermaria conta com 24 leitos, 20 destinados a pacientes adultos e seis destinados à cardiopediatria.

A unidade possui três salas cirúrgicas e duas para a hemodinâmica, uma delas destinada a procedimento híbrido – realização do procedimento hemodinâmico simultaneamente à cirurgia cardíaca. É também o primeiro hospital público do estado com uma ressonância magnética e conta com a colaboração técnica de instituições e especialistas brasileiros, tanto em procedimentos quanto na formação de uma nova geração de cardiologistas alagoanos.

O hospital leva o nome do cirurgião cardiovascular Adib Jatene, um dos pioneiros da área. Para Fábio Jatene, filho do homenageado e professor titular de Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo (USP), é uma grande honra receber essa homenagem.

“É algo muito significativo para mim e toda nossa família. Um hospital da área cardiológica, que foi a área que o meu pai sempre trabalhou, sendo destinado para atendimento do sistema público, de pessoas que, de fato, necessitam, é uma honra enorme. Estamos muito contentes”, afirmou.

Jatene destacou ainda que a causa cardiovascular é a maior responsável pelas mortes em todo o mundo. “Ter um centro preocupado em cuidar das doenças do coração é muito importante porque existe a perspectiva de reduzir a ocorrência da doença e o número de óbitos. Vejo com ótima perspectiva um hospital especializado, moderno e equipado com todas as condições para tratar bem as doenças que são muito frequentes e levam muitas pessoas ao óbito”, disse.

O cirurgião José Teles de Mendonça, que liderou a equipe que realizou a primeira cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea de Sergipe, em 1978, e que participou, ao lado do alagoano José Wanderley Neto, em 1988, do transplante do paciente que hoje é o mais longevo transplantado da América do Sul, também ressaltou a importância da unidade.

“É uma conquista não somente para o povo de Alagoas, mas para todo Brasil porque não será somente uma unidade de assistência, mas também uma unidade de ensino e pesquisa, um lugar de trabalho para os médicos novos e em formação e um lugar em que a medicina irá se perpetuar”, afirmou.

O cirurgião Fernando Lucchese, que possui mais de 50 anos de medicina, considerou a unidade como um grande hospital para o país. “Nesses últimos cinco anos, foram operadas no nosso hospital pediátrico, em Porto Alegre, 112 pequenos alagoanos. Isso nos frustrava muito e, hoje, termina a nossa frustração porque nós temos aqui um hospital capacitado, com cirurgiões capacitados. Um hospital que vai fazer diferença para o estado de Alagoas e para o Brasil”, disse.

Também estiveram presentes na solenidade de inauguração os cirurgiões Enio Buffalo (RS) e Ricardo Lima (PE), além de representantes de entidades e profissionais do setor.

NOVO HEMOAL

Também foi inaugurado, nessa sexta-feira, o novo Hemocentro de Alagoas (Hemoal), também ao lado do Hospital Metropolitano. A unidade conta com um posto de coleta de sangue e cadastro de medula óssea, além dos Núcleos Administrativo e Laboratorial e um moderno Serviço Assistencial de Hematologia.

A unidade busca garantir ampliação da assistência hemoterápica e hematológica, com atendimento ágil e qualificado aos doadores e pacientes hematológicos, uma vez que é dotado de estrutura ampla e moderna, que atende às normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), facilitando também o acesso à doação de sangue para quem reside na parte alta de Maceió.

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