Cientistas fazem transplante de orelha usando impressão 3D de células

Sara Winchester
Sara Winchester
2 Min Read

A empresa de medicina regenerativa 3DBio Therapeutics afirma que realizou com sucesso o implante de uma orelha usando a impressão 3D de células. O procedimento aconteceu em março nos Estados Unidos e foi divulgado pela companhia nesta quinta-feira (2).

Segundo a companhia, o órgão foi criado usando células da própria paciente, uma mulher de 20 anos, identificada apenas como Alexa por questões de privacidade.

Ela nasceu com uma deformidade congênita na orelha direita chamada microtia. Pacientes com essa condição têm os ouvidos externos ausentes ou subdesenvolvidos.

De acordo com a empresa, a orelha impressa vai regenerar o tecido cartilaginoso da paciente e deve dar para o novo órgão uma aparência natural. Os cientistas usaram a orelha esquerda da paciente para a modelagem.

Técnica ainda está em desenvolvimento
Outras empresas já utilizaram impressão 3D em próteses feitas de diferentes tipos de plástico e metais. Já o implante de uma orelha feita de células humanas é um feito inovador, explica o presidente-executivo da 3DBio Therapeutics, Daniel Cohen.

“Estamos começando a demonstrar a aplicação da tecnologia de engenharia de tecidos”, afirma Cohen em comunicado divulgado pela empresa.

A 3DBio Therapeutics ainda não explicou a tecnologia usada no estudo, o qual ainda está em andamento.

A companhia afirma, no entanto, que os procedimentos foram aprovados pelo FDA, órgão regulador de saúde dos Estados Unidos, e que pretende compartilhar mais informações em uma publicação científica assim que o estudo for concluído.

O procedimento pode abrir novas possibilidades, explica Cohen: “Acreditamos que o ensaio clínico de microtia pode nos fornecer não apenas evidências sobre o valor desse produto, mas também demonstrar o potencial da tecnologia para fornecer implantes de tecidos vivos em outras terapias no futuro”.
O executivo cita possíveis aplicações da tecnologia para procedimentos ortopédicos e, no futuro, diz que é possível expandir a técnica para criar órgãos.

Compartilhe esse Artigo
Leave a comment