Celulares da Huawei estarão disponíveis no Brasil a partir de maio

Sara Winchester
Sara Winchester
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O retorno da gigante chinesa Huawei ao Brasil já tem data: a partir de maio, celulares de primeira linha da fabricante já estarão nas lojas do País. “Queremos trazer ao Brasil as tecnologias mais inovadoras que temos”, diz Ketrina Dunagan, vice-presidente sênior de marketing da Huawei nas Américas, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de São Paulo.

É uma estratégia diferente da que a empresa fez em 2013, quando tentou entrar pela primeira vez no País. Na época, importou aparelhos de entrada e intermediários, mas naufragou com a alta do dólar e a falta de conhecimento do consumidor local. “O Brasil é um mercado complexo pela estrutura tarifária. Não dá para vencer aqui se você não tiver fabricação local”, diz a executiva.

Segundo Ketrina, os smartphones que chegarão às lojas em maio serão trazidos de fora. Até o fim do ano, a empresa pretende montar seus celulares aqui – parceiros ainda estão sendo avaliados. Um time local, com áreas de logística, vendas e marketing, está sendo contratado.

A Huawei diz ter mudado muito nos últimos quatro anos: com investimentos em pesquisa, passou a disputar a liderança em inovação em smartphones. Foi a primeira empresa a lançar um celular com câmera de três lentes, em 2018, numa parceria com a alemã Leica. Em fevereiro, surpreendeu ao exibir o Mate X, seu primeiro celular de tela dobrável e embarcado com 5G – tecnologia na qual a empresa também atua para melhorar a infraestrutura de redes.

A aposta em inovação rendeu frutos em vendas: a Huawei saltou de 5,5% do mercado global, em 2014, para 13%, em 2018, segundo dados da consultoria Gartner (ver quadro abaixo). Só no ano passado, suas vendas subiram 35% em unidades – incomodando Apple e Samsung. “Queremos ser líderes globais em até dois anos”, diz Ketrina.

Entrevista

Responsável por organizar a chegada da Huawei ao Brasil, Ketrina Dunagan tem experiência no setor: de 1990 a 2000, ajudou Nokia e Samsung a serem líderes globais. Também esteve na Motorola, onde participou do lançamento do Moto G e do Moto X, sinônimos de custo-benefício. Agora, quer mostrar que pode brigar de igual para igual com as marcas líderes no Brasil.

Qual será o foco da Huawei no Brasil? 

Vamos trazer um portfólio abrangente, mas queremos ser uma marca premium, com boas câmeras e boa performance. Traremos a tecnologia mais inovadora que temos – e não sacrificaremos qualidade em prol de quantidade.

A Huawei tem sido atacada por Trump. Como isso afeta a marca?

Tem sido um ano difícil para nós, mas somos uma empresa focada no consumidor. Fazemos negócios em mais de 170 países. Temos ótimo retorno de nossos clientes há décadas, seja em suporte, inovação ou comprometimento. Não queremos falar que somos bons, mas mostrar para as pessoas como trabalhamos bem.

Um destaque recente da Huawei é o dobrável Mate X. Ele chegará ao Brasil? 

Só o tempo vai dizer. Ele tem 5G, algo que ainda não está no Brasil. Precisamos ter certeza de que o mercado está pronto para um dispositivo como o Mate X.

*Com Estadão Conteúdo

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