Balanço semestral prova que a pandemia não abalou gigantes da tecnologia

Sara Winchester
Sara Winchester
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Parecia um movimento acertado: na audiência em que a Amazon, Apple, Facebook e Google precisavam se defender da acusação de serem poderosas demais para o mundo, não foi possível levar como prova o balanço financeiro, divulgado um dia depois do evento, que evidencia que elas estão maiores e poderosas do que nunca, com um lucro combinado na casa dos 28,6 bilhões de dólares.

Mas foi assim. Na quarta-feira (29), Mark Zuckerberg (Facebook), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Alphabet, matriz do Google) e Tim Cook (Apple) responderam às perguntas do Comitê Judicial da Câmara de Representantes por videoconferência devido à pandemia do novo coronavírus. Durante 5h25, os CEOs defenderam suas empresas dizendo que eles próprios enfrentam concorrência e rebatem a afirmação de que são dominantes.

Na prática, o cenário é evidentemente outro. O coronavírus parece ter facilitado a consolidação do poder do setor de tecnologia. No caso do Youtube, apesar de um declínio maciço nos investimento com publicidade, a receita do site de vídeo cresceu para 3,8 bilhões de dólares este ano, ante 3,6 bilhões de dólares ano passado. Os negócios do Facebook também tiveram crescimento: de 18,7 bilhões de dólares, apesar de várias empresas boicotarem publicamente a plataforma.

Enquanto isso, a Amazon dobrou seu lucro à medida que mais pessoas encomendavam entregas para suas casas: foram 5,2 bilhões de dólares neste trimestre, contra 2,6 bilhões de dólares no ano passado. E a Apple, que teve muitas de suas lojas fechadas por vários meses do trimestre e amargou a produção de seus dispositivos alterada por conta da paralisação das fábricas na China, ainda teve lucro de 11,25 bilhões de dólares, à medida que as pessoas desejavam seus produtos para a nova rotina de isolamento social

No entanto, pelo globo não há o mesmo momento de bonança. Só nos EUA, lar das big techs, a economia já retraiu 33%. E entre as adversidades, o mundo segue mais dependente das companhias mais valiosas de Wall Street. Impulsionadas pelo trabalho em casa, ensino a distância e contato social que agora é virtual, parece provável que o escrutínio das práticas anticompetitivas dos gigantes da tecnologia cresça junto do poder que as tornam intocáveis.

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