Em uma semana, Butão vacina quase todos os adultos contra a Covid-19

Sara Winchester
Sara Winchester
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Um exemplo a seguir. Assim a Unicef (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância) tem tratado as vitórias do Butão – pequeno país localizado na Cordilheira do Himalaia, entre a China e a Índia – no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e que, agora, está prestes a vacinar todos os adultos. Com 800 mil habitantes (número proporcional aos moradores de João Pessoa, capital da Paraíba), o Butão conseguiu imunizar mais de 90% das pessoas maiores de idade em uma semana, graças a um planejamento organizado nos 1.220 postos de vacinação e 3,5 mil agentes que participaram de uma força-tarefa para distribuir as 550 mil doses que receberam da Índia, no fim de março. Mesmo com suas áreas montanhosas de difícil acesso, o Butão já apresenta cobertura vacinal com a primeira dose de quase 99% da população adulta – cerca de 530 mil pessoas –  e, com a segunda, acima de 92% de seus habitantes.

A vacinação só não se completou em abril por conta da suspensão das exportações de vacinas da Índia, causada pela segunda onda que afetou o país. Assim, o Butão recorreu a outros canais e acabou recebendo mais vacinas de países ricos: 500 mil doses da vacina fabricada pela Moderna, dos Estados Unidos, e mais de 250 mil imunizantes Oxford-AstraZeneca de nações europeias.

Em 20 de julho, foi lançada a campanha de vacinação da segunda dose, com um procedimento misto: a maior parte das pessoas recebeu a vacina da AstraZeneca como primeira dose, e Moderna, na segunda. Por esse exemplo de sucesso do Butão, com poucos profissionais de saúde à disposição, a Unicef tem apelado às nações de todo o mundo para que doem suas vacinas aos países menos favorecidos. Segundo o Ministério da Saúde do Butão, o país registrou pouco mais de 2,5 mil infecções por SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, e duas mortes. As autoridades dizem que o baixo índice de mortalidade se deve ao forte histórico de implementação de programas regulares de vacinação e a confiança que as pessoas têm no governo do país asiático.

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