Cientistas descobrem ser possível perder peso pela pele

Sara Winchester
Sara Winchester
3 Min Read

A ideia dos pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, era buscar um tratamento para diabetes tipo 2. Só que, em meio aos experimentos, veio uma surpresa. Acidentalmente, descobriram um novo modo de emagrecimento: perda de peso pela pele, literalmente. O achado está descrito em artigo na revista científica Science e demonstra, de acordo com os pesquisadores, grande potencial para se transformar em um tratamento efetivo contra a obesidade.

Uma das ideias dos cientistas era ver se a TSLP, uma proteína fabricada pelo sistema imunológico, teria efeito no processo inflamatório associado a diabetes tipo 2. No meio do caminho, no entanto, perceberam que os animais tratados com a molécula começaram a secretar uma substância viscosa pela pele. “Eles brilhavam na luz”, conta Taku Kambayashi, autor sênior da pesquisa e professor associado da Universidade da Pensilvânia. “E estavam sempre brilhantes, viscosos. Não sabia o que aquilo significava. Mas percebemos que eles estavam perdendo muito peso”, lembra.

O que eles verificaram depois, é que a TSLP fez com que as células T, um dos tipos que compõem o sistema de defesa, migrassem para as glândulas sebáceas, estimulando-as a produzir e secretar muito mais sebo, ou seja, essencialmente “suassem” o tecido adiposo branco (um dos tipos de gordura). Ao longo do estudo, os ratos perderam cerca da metade da gordura, incluindo a visceral, associada a doenças cardiovasculares.

As implicações da descoberta acidental podem ser enormes. Um método confiável de perda de peso é extremamente necessário, pois o mundo continua a lutar contra o aumento das taxas de obesidade. Mas é claro que o estudo apenas aponta um caminho potencial de pesquisa. Antes de o tratamento se tornar-se disponível, é preciso aprofundar os estudos em cobaias e partir para os ensaios clínicos. Somente após essas etapas é que será verificada a viabilidade de uma eventual terapia. Nesse momento, os pesquisadores pretendem identificar o mecanismo por trás da elevação da produção de sebo.

Compartilhe esse Artigo