Entenda o que é inteligência emocional e como buscar o equilíbrio da saúde mental

Sara Winchester
Sara Winchester
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Inteligência emocional é a capacidade humana de gerenciar os sentimentos e emoções com o objetivo de ter mais controle sobre respostas instintivas a diferentes estímulos externos.

O tema voltou ao centro das discussões após o flagra do ex-boxeador Mike Tyson agredindo um passageiro dentro de um avião. Imagens publicadas pelo site americano TMZ mostram Tyson dando socos na cabeça do homem, que estava sentado no banco de trás.

Na edição desta segunda-feira (25) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou os principais mecanismos associados às emoções humanas.

“O que é uma pessoa que tem uma inteligência emocional bem desenvolvida? Capacidade de lidar com as emoções e requer o equilíbrio principalmente entre a manifestação cognitiva que nós temos no sistema límbico, que é a parte mais interna do cérebro que tem correlação com as emoções, e as habilidades que existem em cada um dos hemisférios”, explica.

Administrar as emoções em busca da inteligência emocional envolve o equilíbrio entre as áreas presentes nos dois hemisférios do cérebro: o esquerdo e o direito.

“Uma pessoa com uma inteligência emocional equilibrada e bem desenvolvida é capaz de amortecer estímulos que muitas vezes acabam sendo julgado de uma forma inapropriada do ponto de vista de convívio social”, diz Gomes.

Em busca do equilíbrio
Brigas de trânsito, conflitos de condomínio, estresse no ambiente de trabalho. No dia a dia, somos submetidos a diversas situações que colocam em xeque nossa capacidade de gerenciar as próprias emoções.

O neurocirurgião afirma que, dependendo da situação, qualquer pessoa pode apresentar um quadro de descompensação e consequente perda de controle. No entanto, é possível buscar o equilíbrio emocional a partir de medidas que envolvem o bem-estar e a qualidade de vida.

“A gente precisa criar rotina e ter alguns mecanismos que fazem com que a gente consiga reequilibrar as emoções. Respeitar momentos de descanso, o sono é algo que, se acaba sendo comprometido, pode levar o indivíduo a ter uma inabilidade emocional. Práticas como atividade esportiva e até mesmo meditação são situações que fazem com que a gente consiga gerenciar e entender as nossas emoções”, orienta.

Autoconhecimento
Raiva, desconforto, medo: o que está por trás de cada reação desproporcional?

Se a busca por hábitos de vida mais saudáveis pode ajudar o organismo a responder de maneira mais equilibrada aos estímulos externos, a reflexão sobre o que causam as reações individuais desequilibradas pode contribuir para evitar novas crises.

“A partir do momento que eu consigo classificar, consigo perceber que posso manipular e não permitir que isso chegue em um ponto em que não tem volta e acaba manifestando aquela síndrome do incrível Hulk, que de repente se transforma e depois é muito difícil lidar com a consequência”, explica o neurocirurgião.

O especialista aponta que a busca pelo autoconhecimento pode ser feita desde a infância. “A pedagogia das emoções diz que principalmente na infância que você consegue ensinar a criança a lidar com as emoções, frustração e pressão para conseguir entender que o mundo na verdade nunca vai ser estável no decorrer do tempo em termos das emoções que a gente sente”, afirma.

Ajuda especializada
A irritabilidade excessiva, quando associada a outros fatores, pode ser um sinal de que a saúde mental não vai bem, indicando a necessidade de busca por ajuda especializada.

O site Mapa da Saúde Mental permite a consulta de locais que oferecem o atendimento psicológico gratuito, voluntário ou com preços acessíveis no Brasil.

Para algumas pessoas, o uso de medicamentos pode ser recomendado a partir da avaliação clínica realizada pelo médico psiquiatra.

“Existem diferentes tipos de medicamentos, inclusive medicamentos para a depressão. Então, vamos ter um perfil de modelos biológicos para tratamentos por exemplo de depressão, de ansiedade, de quadros fóbicos, obsessivo-compulsivos, psicóticos. Todos esses medicamentos vão ter um perfil mais adequado para um tipo de alteração ou de transtorno e para cada pessoa também”, explica Ricardo Amaral, médico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O especialista explica que pacientes diagnosticados com quadros de depressão e transtornos de ansiedade podem apresentar melhoras com o uso de medicamentos que vão sendo descontinuados aos poucos.

Porém, outras condições de saúde mental podem ser crônicas, com evolução ao longo da vida. “Então, em determinados momentos, a pessoa tem uma melhora, pode até parar de tomar remédio, mas é possível que ela precise tomar em outro momento da vida”, acrescenta.

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