Estudos apontam que pessoas com tipo sanguíneo O têm menos risco de contaminação por Covid-19

Sara Winchester
Sara Winchester
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Dois estudos publicados na revista Blood Advances nesta quarta-feira, 14, apontam que pessoas com o tipo sanguíneo O podem ser menos vulneráveis à infecção pela Covid-19 e têm uma probabilidade reduzida de desenvolver a forma mais grave da doença. As razões para essa relação ainda não são claras, mas muitas pesquisas apontam para essa direção. Os seres humanos podem se enquadrar em um dos quatro grupos sanguíneos: A, B, AB ou O. No Brasil, 87% da população tem sangue tipo A e O. Uma das pesquisas publicadas é dinamarquesa e descobriu que, entre 473.654 pessoas que foram testadas para novo coronavírus, apenas 38,4% com sangue tipo O tiveram o resultado positivo. Em outro estudo, do Canadá, entre 95 pacientes gravemente afetados pela doença, 84% com sangue tipo A ou AB precisou de ventilação mecânica, número superior ao do grupo do tipo O ou B que foi de 61%.

“Como clínico … está no fundo da minha mente quando olho para os pacientes e os estratifico. Mas, em termos de um marcador definitivo, precisamos de descobertas repetidas em muitas jurisdições que mostrem a mesma coisa”, disse o Dr. Mypinder Sekhon, médico intensivista do Vancouver General Hospital e autor do estudo canadense. “Não acho que isso substitua outros fatores de risco de gravidade, como idade e comorbidades e assim por diante. Se você for do grupo sanguíneo A, não precisa entrar em pânico. E se for do grupo sanguíneo O, você não está livre para ir a pubs e bares”, acrescentou Sekhon.

Os dados das pesquisas recentes acompanha o resultado de um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, em junho, que encontrou dados genéticos em alguns pacientes com Covid-19 e indivíduos saudáveis, sugerindo que as pessoas com sangue tipo A tinham um risco maior de se infectar do que aqueles com sangue tipo O. De acordo com o pesquisador sênior do Centro de Segurança Sanitária da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, Dr. Amesh Adalja, a junção de todas as pesquisas são “sugestivos de que este é um fenômeno real que estamos vendo” e que apesar de não serem resultados robustos, o mesmo padrão precisa ser destacado.

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