Covid-19: CoronaVac é a vacina mais segura em termos de efeitos colaterais, aponta estudo

Sara Winchester
Sara Winchester
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O governo do Estado de São Paulo apresentou, nesta segunda-feira (19), alguns dados sobre a testagem da CoronaVac no Brasil. A vacina é uma das principais e está na terceira fase de testes contra a Covid-19. De acordo com os números apresentados, a vacina do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan tem o menor índice de efeitos adversos e se mostra a mais promissora e avançada até o momento. Ainda na avaliação cega, sem saber quem tomou a vacina ou placebo, apenas 18% dos quase 9 mil voluntários tiveram dores no local da aplicação — menos de 5% apresentaram edema, inchaço ou prurido.

Quanto às reações sistêmicas, a mais frequente foi a dor de cabeça — que pode ou não estar relacionada à aplicação. Menos de 5% tiveram náusea, vômito, febre, diarreia, mialgia, calafrio, perda de apetite, tosse, artralgia, prurido ou exantema. De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com base nas literaturas das outras vacinas também testadas, a CoronaVac é a mais segura no que diz respeito aos efeitos colaterais. Do total dos ECs, a vacina chinesa apresentou 35%. Os outros possíveis imunizantes tiveram, pelo menos, 70%. Quanto aos efeitos de grau 3 (mais graves), a CoronaVac não teve notificações — as outras apresentaram entre 7% e 42%. Apenas 1% dos voluntários do Butantan tiveram febre — entre as outras, a porcentagem mais baixa foi de 18%.

O governador do Estado, João Doria, prometeu 46 milhões de doses da vacina até o fim de 2020 — sendo que 6 milhões virão da China e 40 milhões serão produzidas por aqui. Porém, para iniciar a produção, é preciso do aval da Anvisa — e isso deve ficar apenas para o início de 2021. As previsões são de que, até fevereiro, o Brasil tenha mais 15 milhões de doses adicionais. Até maio, a previsão são de 40 milhões de doses adicionais. No Brasil, a CoronaVac já foi testada, desde julho, em 8.870 voluntários entre 18 e 59 anos que não tiveram exposição prévia ao vírus. Em outubro, o grupo de testes foi ampliado para mais 4.190, incluindo idosos e pessoas com mais de 60 anos. Em novembro ela vai ser expandida novamente, dessa vez com mais 1.488 voluntários — podendo ser idosos, pessoas com com comorbidades e que já tiveram ou não a Covid-19.

No Brasil, os testes acontecem em 16 centros em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, em Brasília, no Paraná e no Rio Grande do Sul. O Estado de São Paulo tem, nesta segunda-feira, 1.064.039 casos confirmados da Covid-19 e 38.035 óbitos. A taxa de ocupação dos leitos de UTI tem o menor índice desde o início da pandemia: está em 40,8% no Estado e em 40,5% na Grande São Paulo. Entre o número de internados, 3.193 estão em UTI e 4.032 estão em enfermaria — entre casos confirmados e suspeitos. São Paulo teve, na última semana, uma diminuição de 11,4% nos casos, 29,3% nos óbitos e 20,9% nas internações. Quanto às projeções da segunda quinzena de outubro, o Estado está abaixo das projeções de casos e óbitos.

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